Cidades que marcam – Joinville SC

Figura 1 – Pórtico e Moinho da XV, Joinville.
A primeira, Joinville, conheci ainda bem jovem, lá pelos meus 12 anos, em viagem de férias com a Família, depois a trabalho, nem sei quantas vezes foram. Lembro que a comida foi algo fascinante, de joelho de porco ao café colonial no moinho da entrada da cidade, tudo era delicioso. Ficamos hospedados no Hotel Tannenhof, cujo estilo enxaimel, para mim naquela época, era uma mistura de algo divertido com casa de Alemães.
Sua história tem início em meados do século passado, quando foi objeto do dote de D. Francisca, irmã do Imperador Pedro II, ao seu marido, o Príncipe Ferdinand Phillipe de Orleans e é, hoje, um dos mais importantes, se não o mais importante aglomerado urbano do Estado de Santa Catarina depois de Florianópolis.
O esposo de D. Francisca, com o título nobiliárquico de Príncipe de Joinville, ao receber as terras por ocasião de seu matrimônio, tratou de desenvolver um programa de colonização para a região.
De concreto, a primeira providência foi a celebração de um acordo com a Sociedade Colonizadora de Hamburgo, que se incumbiu de enviar colonos alemães para o local, que deu origem à Colônia D. Francisca, em 9 de março de 1851, que por sua vez deu origem à cidade de Joinville.
Assim, não obstante a titularidade original das terras pertencer a um nobre francês, a ocupação da região foi realizada por imigrantes alemães, que atravessaram o oceano para fincar sólidas raízes no continente americano.
Num primeiro momento de sua história, ainda nos primórdios do período colonial, a atividade econômica mais importante era a cultura e comercialização da erva mate, predominante na região do planalto catarinense. Num segundo momento, somou-se a esta atividade a extração e comércio de madeira, gerando recursos de capital que habilitaram, a partir da década de 30, o nascimento de uma atividade industrial pioneira.
Já no final daquela década o parque fabril, apesar de incipiente, era bastante diversificado e dinâmico a ponto de, nos anos 40 e 50, Joinville se estabelecer como o maior centro industrial do estado.
Este fenômeno aconteceu muito por conta das características socioculturais da população, uma comunidade com fortes laços com o país de origem, Alemanha, que se mantinha fechada e, de certa forma, alheia ao que acontecia no restante do Brasil.
As décadas de 60 e 70, por sua vez, aliam a atividade industrial e a economia brasileira através de uma interface que vem por oxigenar o corpo social do município e ao mesmo tempo, acaba atraindo forte contingente de imigrantes nacionais, que fazem explodir a população da cidade.
Figura 2 – A cidade de Joinville.
De qualquer forma, até os dias de hoje, a herança colonial alemã ainda está muito presente na vida da cidade e produz um charmoso clima de contrastes entre a bucólica Joinville dos pioneiros e a borbulhante importância econômica de seu parque industrial.
Convivem, sob o mesmo cenário, velhas construções de estilo enxaimel com modernas fachadas de concreto e vidro de shoppings centers, prédios de escritórios e edifícios de apartamentos.
Joinville, nos dias de hoje, ainda se mantém limpa e a imantação de seu caldo cultural pelas raízes alemãs se traduz nos restaurantes, na arquitetura e na marcante tipologia física aloirada com olhos azuis dos descendentes dos primeiros colonos.
Situada em um ponto estratégico de acesso aos países do Mercosul, às margens da BR-101, principal rodovia do estado e uma das mais importantes do Brasil, Joinville é um dos quinze municípios brasileiros com maior volume de arrecadação de tributos e o terceiro pólo industrial do Sul do país.
É o município mais populoso (mais de 600 mil habitantes), e industrializado de Santa Catarina, possui muitos dos mais importantes grupos econômicos do país, em diversos setores – tais como a Amanco (antiga Akros), Döhler, Embraco, Tigre, Tupy, Totvs, Britânia, Krona, General Motors, Whirlpool, Wetzel, Laboratório Catarinense, Siemens, entre outras.
A presença de 4 shopping centers mostra um forte setor terciário, que concentra mais de 500 lojas, cerca de 3.000 vagas de estacionamento, cinemas, praças de alimentação que atraem mais de 50.000 pessoas/dia, concorrendo ainda com forte comércio de rua presente no centro da cidade.
Além disso, são mais de 12 mil prestadores de serviços presentes no município, dentre as mais variadas atividades.
Figura 3 – Hotel Tannenhof.
Assim, seja pelo fato de ser polo regional de desenvolvimento, com um forte parque industrial, seja pelo seu expressivo potencial de crescimento no setor de serviços ou por sua vocação turístico/empresarial ancorada numa realidade palpável de infraestrutura já implementada, ressaltando sua natureza europeia (segurança, limpeza, cultura, alimentação, etc.) e sua posição num contexto geográfico mais amplo, o município é um expoente da Região Sul do Brasil.
Figura 4 – Pórtico de entrada do Centreventos Cau Hansen em Joinville.
Selecionamos alguns locais de hospedagens, restaurantes e pontos turísticos que conhecemos, confira abaixo.
É a única filial do mundo do Teatro Bolshoi da Rússia. Inaugurada em 2000, a escola atua na formação de artistas da dança com intuito de despertar jovens e crianças para o mundo das artes. É possível fazer uma visita à Escola Bolshoi, basta agendar por telefone. O tour é guiado e mostra a estrutura do lugar, além de contar um pouco da história dos alunos e professores.
Horário: Sob consulta
É um espaço criado para pensar, aprender, apreciar ou expor arte. Mais do que um centro de artes e cultura, é a extensão da vida do artista Juarez Machado. O local conta com a Casa Principal, casa onde viveram seus pais; Pavilhão de Exposições e Novo Pavilhão, com diversas produções e manifestações de arte; Biblioteca Artística e Jardim, composto pelas esculturas do artista. Para os visitantes que chegam de bicicleta, a visita é gratuita.
Com mais de 150 anos, a casa é uma das mais antigas de Joinville, construída em alvenaria. Foi projetada e construída pelo imigrante alemão Ottokar Doerffel, político atuante e criador do primeiro jornal da cidade, na segunda metade do século XIX.
Em 1976, foi transformado em museu com o conceito de documentar, estudar e conservar obras de arte. O Museu de Arte de Joinville (MAJ) reúne acervo com cerca de mil obras de artistas locais, catarinenses, nacionais e internacionais.
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